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Portugal deu ordens de expulsão para 230 imigrantes no segundo semestre de 2024

  • Foto do escritor: Vivo Migrações
    Vivo Migrações
  • 2 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Entre os meses de abril e junho, mais de 15 ordens de afastamento do território português foram aplicadas, de um total de 230 emitidas. No trimestre anterior foram 345 ordens de expulsão.


No segundo trimestre deste ano, Portugal emitiu menos ordens de afastamento a cidadãos estrangeiros em situação irregular no país, totalizando 230 ordens, em comparação com as 345 emitidas no primeiro trimestre. No entanto, o número de saídas efetivamente realizadas permaneceu inalterado, com apenas 15 expulsões concretizadas em ambos os períodos.


Esses dados foram divulgados pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) nesta segunda-feira. Quando se trata da emissão de ordens de afastamento, Portugal está entre os países com menos ordens emitidas na União Europeia (UE), superando apenas Estônia (160), Malta (160), Eslovênia (125) e Eslováquia (115).


No total, os países da UE emitiram 9615 ordens de afastamento durante o segundo trimestre de 2024. Entre os destaques estão a França, com 31.195 ordens, a Alemanha, com 12.885, e a Grécia, com 6.555. Juntos, esses três países representaram mais de metade do total de ordens de afastamento emitidas na UE, cerca de 52,7%.


De acordo com os dados do Eurostat, os cidadãos de países terceiros que receberam ordens de afastamento durante o segundo trimestre de 2024 eram majoritariamente oriundos da Argélia (6715), de Marrocos (6475), da Turquia (5910), da Síria (5525) e do Afeganistão (5110).


No mesmo período, um total de 25.285 cidadãos de países terceiros que receberam ordens de expulsão deixaram efetivamente o território de algum dos Estados-membros da UE. França (3555), Alemanha (2830) e Suécia (2360) apresentaram os maiores números de saídas, correspondendo a mais de um terço dos retornos realizados, com 34,5% do total.


No que diz respeito à execução das ordens de afastamento, Portugal é o país menos eficiente entre os Estados-membros da UE. De janeiro a março de 2024, foram expulsos apenas 15 cidadãos, de um total de 345 ordens emitidas, o que representa uma taxa de cumprimento de apenas 4%. No segundo trimestre, o número de expulsões também foi de 15, mas sobre um total de 230 ordens, elevando ligeiramente a taxa de cumprimento para 6%.


Essa ineficiência no cumprimento das ordens de expulsão em Portugal não era tão acentuada anteriormente. Em 2022, o país conseguiu executar 27% das ordens de afastamento emitidas, e em 2023 a taxa foi de 24%.


Parte dessa ineficácia não pode ser atribuída exclusivamente à extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e à subsequente criação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que entrou em funcionamento a partir de 29 de outubro de 2023. Ana Rita Gil, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e investigadora do Lisbon Public Law, explicou que a inoperância tem relação com uma norma em vigor desde 2017, a "manifestação de interesse", que sobrecarregou o sistema com processos de regularização de imigrantes. Com um acúmulo de cerca de 400 mil pendências, a disponibilidade de recursos humanos para efetivar as expulsões foi prejudicada.


Em resposta a essa situação, o governo português, no último Conselho de Ministros, aprovou a criação de uma unidade nacional de estrangeiros e fronteiras dentro da Polícia de Segurança Pública (PSP). Essa nova unidade será responsável pelo controle das fronteiras aéreas, pela fiscalização do território nacional, em colaboração com a Guarda Nacional Republicana (GNR), e pela execução das ordens de afastamento e retorno de cidadãos em situação irregular no país, conforme esclareceu o ministro da Presidência, Leitão Amaro.


Na mesma ocasião, o ministro afirmou que "uma das heranças problemáticas da extinção do SEF foi o desmantelamento do processo de afastamento e retorno de ilegais". Segundo ele, o primeiro passo para solucionar essa questão será transferir essa responsabilidade para a PSP, o que, de acordo com o governante, tornará o processo de afastamento mais rápido e eficiente.


 
 
 

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